Amanhã 13 de Maio na FNAC-Chiado Aurélio Lopes apresenta «Videntes e confidentes»
O antropólogo Aurélio Lopes (que se estreou em 1995 com «Religião Popular do Ribatejo») vai estar na FNAC do Chiado às 18,30 h de amanhã (13) para divulgar o seu mais recente livro «Videntes e Confidentes» – uma edição da COSMOS. Embora subintitulada «Um estudo sobre as aparições de Fátima» a obra engloba outros três aspectos: «Mulheres e Deusas», «Aparições» e «A construção do Sagrado».
Um dos temas mais curiosos tem a ver com a multiplicação quase milagrosa de testemunhos muitos deles até contraditórios como refere o escritor fatimita Sebastião Martins dos Reis ou seja, «ao sabor do critério estreito de uma interpretação pessoalíssima». Na verdade Lúcia, nas entrevistas e inquéritos a que é submetida em 1917 e nos diálogos breves e simples que ao tempo estabelece, responde quando lhe solicitam um maior rigor nas declarações: «não me recordo já bem», «podia ter sido isso, não sei», «cuido que sim», «cuido que foi em», «talvez não entendesse bem», «parece-me que não» ou simplesmente não responde. Várias décadas depois rememora diálogos complexos, compridos e eruditos com a maior das facilidades. A título de exemplo veja-se o extracto de um pretenso diálogo entre Lúcia e Jacinta em 1917: «Ó Lúcia, aquela Senhora disse que o seu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus. Não gostas tanto? Eu gosto tanto do seu coração! – É o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da Humanidade e que deseja reparação». Esta será uma conversa entre duas crianças de sete e dez anos, rurais, incultas e analfabetas em início do século XX – observa Aurélio Lopes na página 342 do livro.
José do Carmo Francisco
O antropólogo Aurélio Lopes (que se estreou em 1995 com «Religião Popular do Ribatejo») vai estar na FNAC do Chiado às 18,30 h de amanhã (13) para divulgar o seu mais recente livro «Videntes e Confidentes» – uma edição da COSMOS. Embora subintitulada «Um estudo sobre as aparições de Fátima» a obra engloba outros três aspectos: «Mulheres e Deusas», «Aparições» e «A construção do Sagrado».
Um dos temas mais curiosos tem a ver com a multiplicação quase milagrosa de testemunhos muitos deles até contraditórios como refere o escritor fatimita Sebastião Martins dos Reis ou seja, «ao sabor do critério estreito de uma interpretação pessoalíssima». Na verdade Lúcia, nas entrevistas e inquéritos a que é submetida em 1917 e nos diálogos breves e simples que ao tempo estabelece, responde quando lhe solicitam um maior rigor nas declarações: «não me recordo já bem», «podia ter sido isso, não sei», «cuido que sim», «cuido que foi em», «talvez não entendesse bem», «parece-me que não» ou simplesmente não responde. Várias décadas depois rememora diálogos complexos, compridos e eruditos com a maior das facilidades. A título de exemplo veja-se o extracto de um pretenso diálogo entre Lúcia e Jacinta em 1917: «Ó Lúcia, aquela Senhora disse que o seu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus. Não gostas tanto? Eu gosto tanto do seu coração! – É o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da Humanidade e que deseja reparação». Esta será uma conversa entre duas crianças de sete e dez anos, rurais, incultas e analfabetas em início do século XX – observa Aurélio Lopes na página 342 do livro.
José do Carmo Francisco