segunda-feira, 1 de março de 2010
Domingos Lobo vence prémio nacional de teatro Bernardo Santareno 2009
Domingos Lobo foi o vencedor da segunda edição do ”Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno”, com a peça original “Não deixes que a noite se apague”. A peça passa-se no Ribatejo nos anos 60 e tem como pano de fundo as greves estudantis e conturbadas relações amorosas.
O prémio, no valor de 15 mil euros, vai ser entregue na Grande Gala Bernardo Santareno, que está marcada para o dia 22 de Novembro, na sala de espectáculos do Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, e que contará com a presença do vencedor.
O anúncio do vencedor foi feito esta quinta-feira, dia 15, em conferência de imprensa, pelo presidente do Instituto Bernardo Santareno, Vicente Batalha, que disse “que é preciso afirmar o Prémio Nacional deTeatro Bernardo Santareno no panorama nacional, à semelhança do que acontece com outros prémios de teatro”.
O “Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno” distinguiu com menções honrosas as obras: “Os Filhos de Teresa”, de Sandra Pinheiro ( Oeiras), “A Morte do Soldado”, de Carlos Alberto Machado ( Lajes do Pico/Açores), “Vodka e Cachupa”, de Miguel Real e Filomena Oliveira (Colares/Sintra), “O Sonho de Rosa Damasceno ou Públia Hortênsia, Marinheira Estática”, de Armando Nascimento Rosa ( Évora) e ainda “Concerto para Dois Violoncelos”, de Isabel Millet (Lisboa).
Além dos 15 mil euros, o prémio contempla ainda a edição em livro do original de Domingos Lobo e a recomendação à organização do prémio para a publicação das obras premiadas dos autores das menções honrosas.
O júri do concurso foi constituído por José Manuel Mendes, escritor, em representação da Associação Portuguesa de Escritores (APE), Norberto Ávila, dramaturgo, em representação da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), Fernanda Lapa, actriz e encenadora, Maria João Cardona, presidente da Escola Superior de Educação de Santarém, e Vicente Batalha, presidente do Instituto Bernardo Santareno.
A segunda edição do prémio contou com 145 trabalhos concorrentes de todo o país, “mais 10 por cento do que na 1ª edição de 2007”, salientou Vicente Batalha, acrescentando que, “o júri se viu confrontado com uma decisão muito difícil, pois existia um lote de trabalhos de rara qualidade, em número superior ao que é usual em prémios congéneres”. Vicente Batalha frisou ainda que a obra que venceu “tem uma excelente viabilidade cénica”.
Domingos Lobo é um nome conhecido da escrita e do teatro. Dirige actualmente o SobreTábuas – Grupo de Teatro de Benavente, para o qual encenou “O Duelo”, de Bernardo Santareno. É também programador cultural na Câmara Municipal de Benavente e coordenador do Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire, instituído pela Câmara de Benavente e Companhia das Lezírias.
Domingos Lobo foi este ano distinguido com o “Prémio Literário Cidade de Almada/2009” com a obra inédita “Para Guardar o Fogo”, tem várias obras de ficção, poesia e teatro publicadas. Na ficção, publicou “Os Navios Negreiros Não Sobem o Cuando” (romance – Prémio Literário Cidade de Torres Vedras/1993); “Pés Nus Na Água Fria” (romance); “As Máscaras Sobre o Fogo (romance) ; “As Lágrimas dos Vivos” (contos) e “Território Inimigo” (contos - Edições Cosmos), e na poesia, “Voos de Pássaro Cego” ; “As Mãos Nos Labirintos” ; “Poetas Nossos” (Antologia da Poesia Popular de Benavente ) e “Exaltação do Prazer” ( Antologia da Poesia Portuguesa, Burlesca, Erótica e Satírica do séc. XVIII).
É ainda autor das peças de teatro “Pensa Enquanto Tens Cabeça” ( representada pelo GATO – Teatro Comuna/1975); “Vida e Morte de Um Português Malcomportado” ( representada pelo GATO – Teatro Comuna/1976; “Um Violino na Lama” ( representada pelo Grupo de Acção Teatral de Salvaterra de Magos/1987 e “Cenas de Um Terramoto” (sobre o terramoto de 1909 – a estrear em Novembro, no Cineteatro de Benavente – SobreTábuas). Da sua produção como ensaísta faz parte a obra “Desconstrutor de Neblinas” (Edições Cosmos).